domingo, 7 de setembro de 2008

Banheiro Suíte

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Bancada Fixa e gaveteiros volantes para o casal . Cubas de apoio.

A Saga Farroupilha

Saga Farrapa marcou o Rio Grande As comemorações da Revolução Farroupilha - o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros, envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos sociais - relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império, de 1835 a 1845. O Marco Inicial ocorreu no amanhecer de 20 de setembro de 1835. Naquele dia, liderando homens armados, Gomes Jardim e Onofre Pires entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha.
A data e o fato ficaram registrados na história dos sul-ro-grandenses como o início da Revolução Farroupilha. Nesse movimento revolucionário, que teve duração de cerca de dez anos e mostrava como pano de fundo os ideais liberais, federalistas e republicanos, foi proclamada a República Rio-Grandense, instalando-se na cidade de Piratini a sua capital.Acontecendo-se a Revolução Farroupilha, desde o século XVII o Rio Grande do Sul já sediava as disputas entre portugueses e espanhóis. Para as lideranças locais, o término dessas disputas mereciam, do governo central, o incentivo ao crescimento econômico do Sul, como ressarcimemto às gerações de famílias que lutaram e defenderam o país. Além de isso não ocorrer, o governo central passou a cobrar pesadas taxas sobre os produtos do RS. Charque, couros e erva-mate, por exemplo,passaram a ter cobrança de altos impostos. O charque gaúcho passou a ter elevadas, enquanto o governo dava incentivos para a importação do Uruguai e Argentina.Já o sal, insumo básico para a preparação do charque, passou a ter taxa de importação considerada abusiva, agravando o quadro. Esses fatores, somados, geram a revolta da elite sul-riograndense, culminando em 20 de setembro de 1835, com Porto Alegre sendo invadida pelos rebeldes enquanto o presidente da província, Fernando Braga, fugia do Rio Grande.As comemorações do Movimento Farroupilha, que até 1994 restringiam-se ao ponto facultativo nas repartições públicas estaduais e ao feriado municipal em algumas cidades do Interior, ganharam mais um incentivo a partir do ano 1995. Definida pela Constituição Estadual com a data magna do Estado, o dia 20 de setembro passou a ser feriado. O decreto estadual 36.180/95, amparado na lei federal 9.093/95, de autoria do deputado federal Jarbas Lima (PPB/RS), especifica que "a data magna fixada em lei pelos estados federados é feriado civil".

A Semana Farroupilha é um momento especial de culto às tradições gaúchas, transcendendo o próprio Movimento Tradicionalista Gaúcho. Ela envolve praticamente toda a população do Estado, se não fisicamente nos locais organizados para festejos, participando das iniciativas do comércio, dos serviços públicos, das instituições financeiras ou das indústrias.A Semana Farroupilha é regulada por uma Lei Estadual e Regulamentada por um Decreto. Sua organização é feita em duas estâncias, a estadual com a definição de diretrizes gerais, escolha do tema básico e atividades que envolvem as distâncias públicas estaduais, e no nível local onde, na prática ocorrem os festejos as manifestações Culturais, artísticas e onde se realizam as mostras e os desfiles destacando-se o realizado a cavalo.Em Porto Alegre, a Semana Farroupilha tem seu núcleo concentrado no Parque Maurício Sirotski Sobrinho e oferece uma intensa programação sócio, cívica e cultural, com constituição de um grande Acampamento Farroupilha que tem uma duração de quase 30 dias. Durante a Semana Farroupilha são relembrados os feitos dos Gaúchos no Decênio Heróico (1835-1845), através de palestras, espetáculos, lançamento de livros entre outras atividades.

Revolução Farroupilha, um parêntese para a história!

O movimento político-militar vai de 19 de setembro de 1835 a 11 de setembro de 1836. Era a revolta de uma província contra o Império da qual fazia parte. A 11 de setembro, proclamava-se a República Rio-Grandense e já não se pode falar em revolução, mas guerra, a luta aberta entre duas potências políticas independentes e soberanas: uma república de um lado e um Império de outro. A Revolução Farroupilha irrompeu a 19 de setembro de 1835, quando os liberais, depois de inúmeras conspirações, sobretudo dentro das lojas maçônicas, partiram para a deposição do presidente Antônio Fernandes Braga, sustentando que este violava a lei e deveria ser substituído. Os farroupilhas Gomes Jardim e Onofre Pires desbarataram a Guarda Municipal (núcleo inicial da futura Brigada Militar do Estado), vindos do morro da Glória, e Fernandes Braga foge para o porto de Rio Grande, abandonando Porto Alegre. A 20 de setembro, Bento Gonçalves da Silva, vindo de Pedras Brancas (Guaíba) entra, triunfante, na Capital e, na ausência dos três primeiros vice-presidentes, empossa no governo o 4º presidente, Dr. Marciano Pereira Ribeiro, nomeando como Comandante das Armas o Cel. Bento Manoel Ribeiro, homem de personalidade difícil e caprichosa e sem convicção liberal, seguidor de seus próprios interesses, através dos quais se uniram os farroupilhas, no início do movimento.É ainda Bento Gonçalves que consegue, com o Rio de Janeiro, a nomeação do novo presidente, o deputado José Araújo Ribeiro, que assustado com a efervescência de Porto Alegre, resolveu, ao chegar do Rio de Janeiro, empossar-se em Rio Grande. Foi o bastante para que os farroupilhas, mais exaltados, retirassem-lhe o precário apoio. Bento Ribeiro troca de lado, voltando a servir o Império e, para seu posto, é nomeado o Major João Manoel de Lima e Silva, enquanto o Dr. Mariano Pereira Ribeiro foi mantido pela Assembléia Providencial como Presidente.



A Guerra dos Farrapos


A facção republicana dos farroupilhas, que não era majoritária, impôs-se às demais diante do fato consumado. Bento Gonçalves da Silva nem teve tempo de discutir o assunto da Proclamação da República porque, dirigindo-se ao encontro de Souza Neto, foi derrotado em pleno Jacuí, na ilha do Fanfa, e aprisionado junto com vários companheiros, sendo remetido para a fortaleza de Santa Cruz, Rio de Janeiro. A vocação brasileira dos republicanos rio-grandenses fica bem evidenciada pela expedição à Santa Catarina, onde proclamaram a República Juliana, e pela recusa sistemática de receber recursos humanos dos países platinos para combater o Império do Brasil.Ao longo das vicissitudes da guerra, muitas vezes carregando a Capital da República, o Tesouro Nacional e até a Imprensa Oficial no lombo, os farrapos organizaram o Exército (Cavalaria, Infantaria e Artilharia), a Marinha de Guerra e a Polícia. Montaram um sistema fiscal adequado, sem que se verificassem requisições escandalosas ou esbrulhos. Construíram escolas públicas, cidades, estradas e pontes e, mais do que isso, a economia do Estado, centrada no charque e na exportação do gado em pé, não sofreu maiores abalos. Certamente, graças a estes méritos que não houve lesões profundas com o Brasil, nem ódios acirrados, os rio-grandenses terminaram por conseguir, através do Barão de Caxias, uma paz altamente honrosa, verdadeira vitória, celebrada em igualdade de condições de potência a potência. Os encontros armados entre as duas nações em luta foram numerosos ao longo dos nove anos. Basta, para o presente estudo, dizer que foram escaramuçadas, combates, cercos e batalhas (quando entram em ação a Cavalaria, Infantaria e Artilharia) em terra. No mar, na Lagoa dos Patos e nos rios houve inúmeros combates navais, onde brilhou, em ação, a Marinha Republicana.


Panteão do Decêncio Heróico


Ao longo dos 10 anos, inúmeros nomes salientaram-se em ambos os lados, aureolando com a glória os heróis. Dentre eles, Bento Gonçalves da Silva protagonizou episódios onde a nobreza, a coragem e o desprendimento estiveram sempre em primeiro plano. Davi Canabarro (Davi José Martins), Antonio de Souza Neto (o proclamador da República Rio-grandense), João Antonio da Silveira, João Manoel de Lima e Silva (o primeiro e mais jovem general dos farrapos) e Bento Manoel Ribeiro formaram, junto a Bento Gonçalves, o sexteto dos generais farroupilhas.Luiz Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias, foi o militar brilhante e diplomata emérito ao lado do Império. A ele se deve a pacificação do Rio Grande do Sul. O tratado de paz, assinado pelos farrapos em Ponche Verde a 28 de fevereiro de 1845 e, pelos imperiais, às margens de Santa Maria no dia seguinte (1º de março), pôs fim a 10 anos de luta cruenta entre irmãos.
FAGUNDES, Antônio Augusto. Cartilha da história do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, MartinsLivreiro, 1986, p. 80-83.